Colégio Stella Maris - Em Triunfo

Triunfo, cidade situada no alto sertão pernambucano. Diante da altitude de 1.060 m, goza de um clima muito ameno e agradável, tornando-se assim um ponto turístico. Em 1916, o bispo Diocesano de Floresta fundou o “Gymnasio Diocesano em Triunpho”, localizado no Sítio Horta, para atender às reivindicações do povo. Mas as dificuldades eram enormes. Sem condições para manter a Escola, solicitou-se ajuda dos Maristas, em 1920. Os Irmãos se esforçaram bastante e o sucesso parecia garantido. Mas, eles terminaram saindo de Triunfo. Desde então, a cidade tentou fazer o melhor que pôde, no campo da educação, sonhando sempre em ter, um dia, um outro colégio religioso. Diante das dificuldades e incertezas apresentadas antes da chegada das Irmãs em Triunfo, partiram primeiramente para lá, as Irmãs M. Jerônima e M. Udeline, juntamente com Irmã Theresita OSB. “Assim partimos, em 05 de janeiro, como os Reis Magos, para procurar a Estrela. O rei Gaspar é a Ir. Theresita Keiler, nossa intérprete”. (Madre Jerônima ). Lá elas providenciaram, com população , o mínimo necessário para acolher as Irmãs e os primeiros alunos, pois não havia nada determinado. Não existia sequer uma casa para as Irmãs. A família do Sr.Castilho Campos, com um bonito gesto de generosidade, mudou-se para o sítio e cedeu provisoriamente a sua casa às Irmãs, pois a “casa da caridade”, planejada para acolhê-las, precisava de sérios reparos. Vencido este obstáculo, restava procurar instalações para o funcionamento do ano escolar . Assim foram improvisadas salas de aulas, em diversos lugares: A Escola Municipal cedeu dois salões, a Paróquia liberou a Capela do Rosário com a respectiva sacristia e a família do Sr.João Capitel ofereceu a sala de visita de sua residência. Para móveis escolares, foram usados caixões e pequenos tamboretes. “Finalmente, no dia 26 de Janeiro de 1939, chegaram as sete Irmãs restantes. Este foi o verdadeiro dia do nascimento do nosso convento”. Nós já estamos aqui há uma semana. Foi “uma luta interna e externapara chegarmos a esta meta, mas nós fomos consagradas para uma luta sacrossanta”, assim escreveu M. Jerônima. O começo foi muito difícil. Tudo era muito precário e pobre. Mas mesmo assim as Irmãs se sentiram “ricas” e felizes, contentes filhas de S. Francisco, ricas em amor e entusiasmo. As matriculas foram abertas para o jardim da Infância, preliminar, as quatro séries do Primário e o curso de Admissão. As aulas começaram no dia 1° de fevereiro, com 70 crianças matriculadas. “Todo começo é difícil: difícil era acostumar-se com as instalações, pois em tempo de chuva, precisávamos abrir guarda-chuvas dentro de casa, para salvar livros e cadernos; difícil era também o fato de ensinarmos em casas separadas ; dificílimo era viver em extrema pobreza, dependendo inteiramente da benevolência da população. Durante três meses, a cidade cuidou do nosso sustento. O bom Deus quis nos mostrar que não precisamos nos preocupar...Ele cuida de suas filhas. Após este tempo, devíamos cuidar de nos mesmas. Era duro, mas a nossa alegria franciscana venceu. Assim passou o primeiro ano,cheio de dificuldade, de exigências e as vezes, de sustos, como por exemplo, quando M. Waldburga foi mordida por uma caranguejeira e sofreu muitas dores. Mas permanecemos firmes em nossa confiança na divina providência”. (Madre Jerônima). Mesmo sabendo muito pouco a língua, as aulas eram ministradas com imenso prazer. “As queridas Irmãs são muito trabalhadoras e missionárias muito corajosas. Pode-se aprender muito com a sua maneira algre e cheia de humor e com sua dedicação. É uma verdadeira alegria franciscana ” . M. Theresita Keiler OSB. No ano escolar de 1940, mudavam-se as Irmãs e o “Colégio Stella Maris” para o prédio da “Caridade”, que pertencia à Diocese. Neste ano começou a funcionar o Curso Normal Rural, cuja finalidade era formar boas professoras primária, com acentuada formação moral e religiosa. Este Curso, depois da devida fiscalização, foi equiparado. Uma inspeção realizada durante o ano deu parecer favorável ao trabalho das irmãs. A Diretoria da Educação resumiu assim o seu parecer: “ Visitei demoradamente o colégio Stella Maris e felicito Triunfo por possuir um estabelecimento de esino que honra o nosso Estado. As religiosas do Colégio Stella Maris estão de parabéns”. Em 1940, foram matriculados 115 alunos. Inicio-se também o internato, com sete alunas. Em 1944, o prédio da caridade, que estava obrigando as Irmãs, com o Internato e a Escola não era suficiente para um trabalho profícuo. O antigo “Seminario”, situado no Sítio Horta, que tinha sido prometido às Irmãs diversa vezes pelo bispo de Pesqueira, D. Alberto Sobral, ainda continuava no impasse. O povo triunfense estava de acordo que o “Seminário” fosse entregue para o “Stella Maris” e por isso, enviou ao bispo um abaixo-assinado. O prédio ali existente, muito estragado, havia sido construído pelo Bispo de Floresta, entre 1913 e 1916 para servir de Ginásio Diocesano, que funcionou até 1919. Como o Ginásio não teve mais condições de continuar, o prédio passou para os Irmãos Maristas que , em 25 de janeiro de 1920, fundaram o Colégio do Sagrado Coração, Localizado no Sítio Horta, propriedade comprada ao coronel Monteiro, pai de Deodato Monteiro, cujo terreno era conhecido como Sítio dos Monteiros. Os alunos recebiam uma excelente educação dos Irmãos Maristas. Mas a partir de 1924, houve uma diminuição do números de alunos e, no final de 1926 , foram encerradas as atividades dos Maristas em Triunfo, porque o Município foi assolado pela peste bubônica, o que dificultou a freqüência às aulas. O prédio do Sagrado Coração ficou desativado. Porém, numa parte ainda conservada, o professor Pompílio Vanderlei havia instalado uma escola particular. No entanto, para o funcionamento do Stella Maris no Seminário, faltava o documento oficial de doação, que saiu depois de muitas dificuldades, somente em 18 de fevereiro de 1944. Iniciaram-se logo os trabalhos difíceis de reconstrução. É impossível imaginar quantas dificuldades foram enfrentadas, quanta falta de dinheiro e de material tinha que ser superada, até que, em 1946, o novo Colégio Stella Maris, pudesse ser inaugurado. No inicio de 1946, já havia50 internas, que não cabiam na casa da caridade. Então, antes de os trabalhos serem concluídos, foi feita a mudança das Irmãs, das Internas e das Candidatas ( jovens que se preparavam para ingressar na Vida Religiosa), para o novo Colégio, o “Colégio do Mato”, como foi inicialmente chamado. Porém, as aulas continuavam ainda na Caridade. Por esta razão, se fes necessário um vai-e-vem de professoras e alunas, para as aulas e refeições, mesmo em dias de sol causticante ou chuvas pesadas. As caminhadas de um colégio para outro para o outro tomaram muito tempo e força. Por isso, urgia que a mudança se tornasse definitiva. As próprias Irmãs ajudavam a colocar as vidraças nas janelas. No dia 27 de junho de 1946, houve finalmente a mudança das aulas, da Casa da Caridade, para o Antigo Seminário, que ainda continuava em construção. Finalmente surgiu o novo Stella Maris. Para o povo triunfense, parecia uma estória de fada que, do antigo Seminário em ruínas, estava surgindo, em tão pouco tempo, uma construção tão magnífica. À custa de muito sacrifício das Irmãs, e grande colaboração do povo, tudo era engenhosamente construído e aproveitado. Madre Udeline Kretzler assumiu a direção da construção, qual engenheira habilidosa e admirada por todos. Agrande confiança em Deus fez com que ela vencesse todas as dificuldades. Ela sabia que: “Se não é o Senhor que constrói a casa, pouco adianta o trabalho dos pedreiros” SL. 126. Em 1955, o Colégio passou a ser chamado de “Escola Normal Regional Stella Maris”. Em 1951, iniciou-se o Curso Normal Regional. Em 1957, devido às exigências da época, foi necessário transformar o Curso Normal Regional em curso Ginasial e Pedagógico. Ao longo dos anos, o Stella Maris ofereceu ensino de boa qualidade, não só à juventude triunfense , mas também a muitas jovens de cidade vizinhas, em regime de internato, embora enfrentando sempre muitas dificuldades financeiras. A Escola Stella Maris, que a vida inteira enfrentou mais do que as outras, grandes dificuldades financeiras, terminou fechando as suas portas em 31 de dezembro de 2003, quando completava 65 anos de serviço prestado àquela população. Foram momentos de muito sofrimento, tanto para o povo triunfense como para as Irmãs. O prédio foi devolvido para Diocese de Afogados da Ingazeira, conforme determinava a Escritura. O Bispo Dom Luiz Pepeu não se opôs à permanência das Irmãs no prédio. Então, algumas continuaram morando numa parte da clausura do Stella Maris até janeiro de 2008. O Prédio está sendo bem aproveitado. Funciona como Centro Diocesano, para os encontros da Diocese e, a partir de janeiro de 2006, parte do mesmo foi alugado à prefeitura Municipal para o funcionamento da Escola Municipal, que recebeu o nome de Centro Educativo Stella Maris, entendendo atualmente a cerca de 600 alunos, durante o dia. Outra parte funciona também como Seminário Diocesano. Texto retirado do livro 70 anos da irradiação da Estrela no Brasil, de autoria das irmãs Francisacana de Maristellas: Ir. Benigna Batista, Ir. Apolônia de Morais Pereira, Ir. Clarice Alves de Oliveira, Hildegard Wener.

4 comentários:

Anônimo disse...

que deus abencoe todas os irmaos e irmas que ajudaram esta obra de deus

Hilda Gomes Bastos disse...

Estou muitíssima feliz em rever através destas fotos este colégio maravilhoso. Só tenho lembranças boas dele. Ele sempre transmitiu-me muita paz e harmonia. E aquela Santa linda que fica dentro da gruta, que na época jorrava água, onde eu e minha amada mãe Maria Gomes de Jesus rezávamos, quantas saudades sinto!!!!! Fui muito feliz neste período e não tinha noção de quanto!
Beijos carinhosos e iluminados em todos os Triunfenses.
Hilda Gomes Bastos

Anônimo disse...

Podem enviar uma foto perto do banheiro do stella maris ??

PAULO disse...

Tenho profunda admiração pela cidade de Triunfo , sempre que posso passo alguns dias por lá. Sempre que me hospedo na cidade , visito esse lugar mágico, que possui uma ótima atmosfera. Arquitetura linda , espero algum dia poder me hospedar na pousada. Um abraço a todos os moradores da cidade de Triunfo, vocês realmente vivem em um lugar privilegiado.